Biblioterapia: como os livros podem curar 📚

Biblioterapia: como os livros podem curar 📚

No Antigo Egipto os livros eram vistos como “remédios para a alma” capazes de nos curar e de nos fazer sentir bem. A Biblioterapia diz-nos o mesmo: a leitura pode transformar-te para melhor. Mas como funciona esta prática terapêutica? E será adequada para quem?

Continua a ler para descobrires como a biblioterapia pode mudar a tua vida.

 

O que é a Biblioterapia?

 

Dá-se o nome de Biblioterapia a uma modalidade terapêutica que se caracteriza pela utilização de materiais de leitura (livros de ficção, infantis, biografias, entre outros). Actualmente a biblioterapia é uma ferramenta de incentivo à leitura e de desenvolvimento pessoal utilizada não só por terapeutas, mas também por bibliotecários, professores e outros profissionais dos livros.

O termo biblioterapia foi utilizado pela primeira vez em 1916 com o ensaio A Literary Clinic, de Samuel Crothers, publicado na revista americana Atlantic Monthly. No entanto, só começa a ser matéria de estudo e a ganhar importância a nível académico e científico com a publicação em 1949 da tese de doutoramento Biblioterapia: um estudo teórico e clínico-experimental de Caroline Shrodes.

Hoje em dia, a biblioterapia já é reconhecida enquanto ferramenta de desenvolvimento pessoal e resolução de problemas através dos livros, sendo utilizada autonomamente, em contexto clínico e/ou em actividades de grupo.

 

Como funciona a biblioterapia?

 

Caroline Shrodes identificou três fases do processo biblioterapêutico. Estes são momentos pelos quais o leitor passa na leitura de um texto e que constituem os pilares da Biblioterapia:

 

Identificação:

Nesta primeira fase o leitor é motivado a experienciar e por vezes reviver determinadas emoções, comparando as suas experiências, crenças e valores aos das personagens da história. Shrodes descreve esta fase como a do “choque do reconhecimento.”

 

Catarse:

Fase em que o leitor se liberta de quaisquer emoções que possa estar a reprimir. Shrodes explica que nesta fase a pessoa é simultaneamente espectador e participante, pois sabe que não está efectivamente envolvido na situação que a personagem está a viver, mas consegue — através das vivências da personagem e da ligação emocional que com ela estabelece — obter uma nova perspectiva face aos desafios da sua vida.

 

Insight ou Revelação:

O contacto com a narrativa e a libertação de emoções, levam a uma sensação de serenidade e, eventualmente, a uma reavaliação de comportamentos e a uma mudança de conduta pessoal. O leitor apercebe-se da universalidade da sua experiência, reconhecendo que os desafios que ele próprio enfrenta, são partilhados por outros.

 

Em que é que a biblioterapia pode ajudar?

 

Abaixo deixamos alguns dos principais benefícios do processo biblioterapêutico:

  • Desenvolvimento de um sentido de empatia e compreensão pelo diferente;
  • Redução do stress e ansiedade;
  • Fomentação de hábitos de leitura;
  • Redução do nível de resistência na mudança do comportamentos;
  • Criação de um sentido de resiliência perante os desafios do quotidiano;
  • Libertação de emoções negativas e padrões de comportamento opressores e limitantes;
  • Convida à auto-descoberta e aceitação do eu.

 

Texto redigido por: Andreia Esteves

No Comments

Post A Comment