
31 Mar Coelhos, Ovos e Divindades: As Origens da Páscoa
Porque comemos ovos de chocolate na Páscoa? E de onde veio o coelho fofinho de que as crianças tanto gostam? Neste artigo desvendamos as origens pagãs por detrás das tradições da Páscoa que hoje conhecemos.
Texto redigido por: Andreia Esteves
A Páscoa como Festival da Primavera
Antes de se tornar uma tradição cristã, a Páscoa era já celebrada pelos povos pagãos como um festival que dava as boas-vindas à Primavera. A palavra Páscoa vem do hebreu peschad que significa passagem. Para os povos antigos o Equinócio da Primavera representava, assim, a passagem de uma época de escuridão para uma época de luz, daí a coincidência do feriado da Páscoa com o começo desta estação do ano.
Ostara: a Deusa da Primavera
Segundo o monge anglo-saxão Beda, existiria também uma deusa associada à Primavera de nome Ostara na Alemanha, ou Eostre nos países de língua inglesa. A deusa explica a origem da palavra Páscoa em inglês: Easter. De acordo com o que Beda escreve no século VIII, Ostara surgia representada com um coelho, símbolo da fertilidade e característica da natureza nesta época do ano onde tudo volta a renascer.
Porquê ovos e coelhos?
O coelho, como vimos, é um animal que está ligado à ideia de fertilidade e à deusa da Primavera. Os ovos também começaram a ser associados a esta noção de renascimento. De acordo com a mitologia germânica, um dia a deusa Ostara encontrou um pássaro ferido na floresta e conseguiu curá-lo ao transformá-lo num coelho. Ainda parcialmente um pássaro, o coelho mostrou a sua gratidão ao pôr ovos e oferecê-los à deusa.
Sabe-se, ainda que, no Antigo Egipto o ovo era símbolo do sol e os egípcios comiam e pintavam ovos durante o festival da Primavera.
A Páscoa Cristã
Na maioria dos países ocidentais celebra-se também a Páscoa cristã. Para o cristianismo a Páscoa representa a Ressurreição de Cristo, transpondo a ideia de renascimento da natureza da tradição pagã, para o renascimento de Jesus.
Por que é que a Páscoa nunca é no mesmo dia?
A Páscoa é um feriado móvel graças ao Concílio de Nicea de 325 d.C. Nesta data decidiu-se que a Páscoa deveria coincidir com o primeiro domingo depois da primeira lua cheia a seguir ao Equinócio da Primavera. Hoje em dia e, de acordo com o calendário cristão, é possível determinar a Páscoa, não em função da lua, mas através do Carnaval, sabendo que a Páscoa será sempre 47 dias após o Entrudo. Chamamos quaresma ao período que vai entre um feriado e outro.
Independentemente de ser, ou não comemorada no sentido religioso, a celebração da Páscoa continua inebriada do espírito de renascimento e mudança que surgiu há milhares de anos.
Fonte: Ancient Origins, ABC Australia
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